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Monitoramento de Incêndio Agrícola: Entrevista com Especialistas da Brigada de Incêndio da Usina Estiva

​Descubra como o avanço tecnológico no monitoramento de incêndio agrícola e os sistemas de alerta de incêndio estão revolucionando o combate a incêndios florestais. Conversamos com Israel da Silva, Valdir Simão e Samuel R M de Souza, veteranos com mais de 20 anos de experiência, para entender os desafios e inovações no setor. Saiba mais sobre a atuação da brigada de incêndio da Usina Estiva e as mudanças significativas trazidas pelo sistema CYAN.

Monitoramento de Incêndio Agrícola: Entrevista com Especialistas da Brigada de Incêndio da Usina Estiva

Israel: Eu comecei como cortador de cana, passei para Fiscal de turma, depois para Motorista de Ambulância, de motorista fui para a área de Segurança do Trabalho, fiquei de 12 a 15 anos, de lá fui convidado para montar a Brigada Florestal aqui no setor, que não havia, e agora estou aqui a três anos, mas já estou na Usina Estiva a 24 anos. Havia o combate antes, mas o combate não tinha ponto fixo, eram só dois caminhões de bombeiros, e eles não tinham equipamento nem suporte para combater os incêndios. Hoje é considerada uma Brigada Florestal, com treinamento mensal e com cinco caminhões, e todos em pontos fixos para combater incêndio.

Valdir: Comecei como rural, passando para bombeiro queimador de cana e depois passei para auxiliar de pipa e já estou nesse posto a uns 15 anos. Samuel: Eu entrei aqui tem 22 anos, comecei trabalhando como rural, passando para transbordo e passei para a área de bombeiro deve ter uns 15.

Deu para notar, de fato, um aumento no número de focos de incêndio?

Israel: Eu acredito que dobrou ou triplicou o número de focos de incêndios. A gente pegou de quatro a cinco focos por dia. Ficamos no mato por mais de um mês, quase todos os dias combatendo incêndio. Então o aumento foi muito grande. As temperaturas estavam muito mais altas e a umidade muito baixa, chegamos a registrar 12%, então nessas condições a gente apagava e o incêndio voltava. E isso não só aqui na Usina mas em toda a região.
 
Valdir: Dos meus 15 anos que trabalho aqui de bombeiro, esse ano foi bem crítico. Teve mais incêndios e mais ocorrências. No ano anterior tiveram incêndios, alguns descontrolados, mas não tanto quanto esse ano.
 
Samuel: Nos anos passados pegamos alguns incêndios, um por semana ou dois, três por mês, agora esse ano chegou a ter 7 ou 8 em um dia. Esse ano foi extremo.

Vocês acham que esse período mais seco, por ter apresentado números de focos de incêndio muito acima da média, trouxe a necessidade de implantação e desenvolvimento de novas técnicas para ajudar no combate e no monitoramento desses focos?

Israel: O que a gente percebeu esse ano é que muitos gestores e gerências viram a necessidade de mudanças na parte de bombeiros, já tinhamos uma estrutura boa mas esse ano aprimoramos mais. Como? Com a implantação do Cyan e com a aquisição de mais equipamentos. Os incêndios deste ano trouxeram prejuízos e também a necessidade de aprimoramento do nosso setor.
 
Valdir: Os equipamentos que temos hoje ajudam muito e pretendemos conseguir mais, dependendo do decorrer do ano e dos incêndios.

Samuel: Tudo que é novo é bom no combate, estamos implantando o sistema Cyan e estamos nos adaptando a ele, os celulares que ficam nos caminhões também estão com acesso ao sistema. O sistema conseguiu mostrar que é realmente eficaz, nem mesmo os bombeiros militares têm uma tecnologia dessa.

Como o monitoramento e combate era realizado antes do Cyan? O que você acha que mais mudou com a entrada do CYAN?

Israel: Nos baseávamos muito na comunicação com as outras Usinas e também andávamos muito, de 30 a 50km para chegar no foco. O Cyan nos trouxe uma comunicação mais rápida, que permite ajudar não só a nossa Usina mas as outras também, rapidez no combate e menos gastos.
 
Valdir: Antes do Cyan deslocavamos o caminhão de uma fazenda para a outra, agora com o sistema, o caminhão já está perto do ponto da ocorrência ou então temos a rota certinha até o local, posso dizer que com o Cyan melhorou 99%.
 
Samuel: A gente andava muito “à toa” atrás de incêndios que não tinham relação com a empresa. Passavam pra gente que era perto de cana e tínhamos que nos deslocar, mas como eram só dois caminhões ficava meio complicado.

Se não tivesse o CYAN, vocês acham que teria queimado mais áreas em hectares? Consegue estimar um número em hectares?

Israel: A rapidez que o Cyan mostra o local do incêndio ajudou muito no combate. E isso com certeza evitou que uma grande quantidade de hectares fosse queimada, posso falar que com certeza de 40 a 50% de redução. 

Valdir: O sistema nos aciona bem rápido, se não fosse ele muito mais áreas teriam sido queimadas com certeza. A rapidez que o Cyan mostra o local do incêndio ajudou muito no combate. E isso com certeza evitou que uma grande quantidade de hectares fosse queimada, posso falar que com certeza de 40 a 50% de redução.

 

Com os alertas gerados e os dados climáticos, foi possível utilizar o CYAN na defesa de processos ambientais?

Israel: O Sistema ajudou muito nessa parte, como por exemplo uma fazenda nossa que a polícia ambiental estava querendo multar e conseguimos provar onde começou a ocorrência, a um quilômetro de distância das nossas áreas, e foi feita uma investigação que nos livrou da multa indevida. No Forms do Cyan a gente consegue relatar também as ocorrências, toda a estrutura utilizada no combate e manter tudo arquivado. Quando se fala que sua cana é monitorada via satélite você ganha pontos por estar investindo na prevenção de combate a incêndio. Teve um foco a um mês atrás na nossa cana que foi denunciado, não fomos nós que colocamos fogo, foi um desconhecido, e quando cheguei lá tinha um ambiental de outro município. Eu mostrei que a gente era monitorado via satélite e que a ocorrência foi relatada às 5h20 da manhã e ele viu que a gente era organizado.

Pode contar um pouco sobre as técnicas que a Usina São José da Estiva desenvolveu nesse período?

Israel: Aqui a gente também está participando de treinamentos com a brigada e um pessoal de fora. A gente viu a necessidade de todo mundo conhecer a técnica de combate a incêndio, desde população urbana até rural. E conseguimos também alcançar os terceiros que fornecem cana para a firma que não são funcionários da empresa, isso nunca tínhamos conseguido aqui, todo mundo numa sala de aula para passar o treinamento. Nesse treinamento a gente trabalha com vários tipos de pessoas, e a gente começa mostrando o que a firma investiu no sistema de combate a incêndios, principalmente o Cyan, e mostramos um vídeo que explica como funciona os alertas do sistema, e assim a gente mostra o investimento da Usina, mostra que ela não queima mais cana, então se acontecer um incêndio, é criminoso. Você consegue mostrar para a pessoa que a empresa está monitorando tudo. Esse ano foram 400 ou 500 pessoas que participaram do treinamento.
 
E o Sistema de Mangueira é assim, uma mangueira de 30 metros que a cada metro é furada com um parafuso de onde sai água também, esses jatos de água podem alcançar 8 metros de altura, e assim conseguem fazer uma barreira nos sítios onde a fumaça não passa, e hoje a gerência viu que isso está dando resultado. Nós vamos criar 300 metros de mangueira que podemos levar para o mato para combater no carreador e fazer uma cortina de água. Estamos em fase de teste para ver o resultado e pode nos ajudar muito aqui, por que vamos conseguir fazer um paredão no carreador, na casa, ou em volta do caminhão.

Qual será a importância dessas novidades para os próximos anos? Quais novas ferramentas você gostaria de ver no CYAN para as próximas safras?

Israel: Esse equipamento para a próxima safra já vai estar finalizado com o nosso treinamento e com mais rapidez para montar. Agora no Cyan, sem comentários, é um sistema que quando veio eu chamei a brigada e falei: “olha, o Cyan vai ser para isso, isso e isso, mas pode ter certeza que a empresa veio para ficar porque tem potencial de crescimento e inovação ”. O que eu gostaria de ver no Cyan seria o rastreamento dos caminhões, se conseguissem jogar esse rastreamento dentro do Cyan e você ver o caminhão acompanhando e a quantidade de tempo que tem para chegar ao foco seria dez, porque conseguiríamos direcionar o caminhão e a brigada através de um sistema só.
 
Valdir: Sobre o Cyan, é 24 horas usando, tentando aprimorar nosso uso do Sistema e pensar em novas ideias que nos ajudariam também.
 
Samuel: Isso de colocar o caminhão pode até ser prova de que estávamos a caminho em caso de multa.
Israel: Nós não tínhamos a rota, vocês colocaram a rota recentemente e nos ajudou muito. Esses dias aconteceu que a gente não achava a ocorrência, aí lembramos de mandar a rota, então a gente vai se aperfeiçoando. A gente consegue compartilhar a rota com outras Usinas. Outra coisa interessante é o pré-incêndio. Outro dia apareceu um alerta de pré-incêndio, e rapidamente acusou na nossa fazenda, a gente começou a comunicação com os bombeiros falando do foco de incêndio em tal local, e eu sei que está em fase de teste passei um rádio informando, e quando o bombeiro chegou confirmou o fogo. Então a gente está 24 horas ligados no Cyan, cada vez mais aprendendo.

Como as ocorrências de focos se comportam nesse período mais úmido? Em qual área fica o foco dos brigadistas nessa época

Israel: A respeito das ocorrências, elas não acabam, os focos de incêndio continuam. O que mais causa incêndios neste período é o descuido do ser humano, descuido da população, o cara vai queimar o lixo ou alguma coisa da propriedade dele, e acaba gerando um incêndio. O cabo de energia que cai com o vento também. Então a gente não para, a gente não muda para outros setores, é a mesma coisa 24 horas. Os focos diminuem, dá para dar uma respirada, aí a gente entra com a manutenção dos equipamentos de combate a incêndio, e continuamos trabalhando nesses focos de incêndio.
 
Valdir: E nesse período também tem muita ocorrência por causa de descargas elétricas.
 
Israel: Esses dias um brigadista avisou que estavam caindo raios, ele mandou um print do sistema com as localizações, e nos alertou para tomar cuidado.

​Você indicaria o CYAN para outras usinas parceiras? Com que nota você indicaria o CYAN?

Israel: Olha, sem comentários, quando teve uma ocorrência próxima a uma Usina aqui perto, tirei foto e mandei para a gestora ambiental e ela perguntou de onde pegamos essas informações e já passei o contato da Cyan. Então a gente indica sim, porque ajuda bastante. No início eu tinha dado nota 6, mas agora na minha opinião daria de 9 a 10.
Valdir: Eu daria 8 ou 9, porque tem coisas que dá para aprimorar, como o Israel falou, colocar a localização do caminhão indo para a ocorrência.

Samuel: Pelo forte potencial e pela grande ajuda também em combate, então de zero a dez, eu também dou 9 ou 10.

Israel: Sabe o que eu falo em todos os treinamentos? Que vocês nos dão atenção, que nos ouvem, então a gente consegue falar das nossas necessidades, é por isso que eu dou 9 ou 10, porque eu sei que se precisar, se acontecer alguma coisa vocês dão essa atenção para a gente e eu nunca fiquei sem resposta de vocês e por isso que eu falo que cada vez mais vai melhorar esse sistema. Vocês contam com a nossa realidade para desenvolver o Cyan. O Cyan tem dado toda a estrutura para nós e é por isso que eu falo bem mesmo do Cyan e a brigada concorda com isso também.

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